
08 maio E-Learning ou Sala de Aula – o que é melhor?
Os modelos e os meios de aprendizado estão mais do que nunca em evidência. Os questionamentos são muitos, afinal o mundo passa por transformações muito rápidas, e o modelo de aprendizado corre atrás para não se defasar.
Uma clássica discussão é sobre o meio educacional, será que a internet veio para substituir a sala de aula tradicional?
Antes de tudo é importante ressaltar que qualquer comparação só faz sentido se feita em cursos ou currículos com qualidade similares. A qualidade de um bom conteúdo tanto para e-learning como para sala de aula fazem toda a diferença no aprendizado.
Então, se compararmos dois conteúdos iguais em termos de qualidade, um dado no formato presencial e outro à distância, quais seriam as diferenças, vantagens e desvantagens de cada um?
Uma das primeiras pesquisas sobre o tema foi feita pelo Exército Americano em 1947, onde um mesmo conteúdo foi dado a 3 diferentes grupos (escolhidos de forma randômica), sendo que o primeiro grupo recebeu a instrução de como montar um determinado equipamento via vídeo, o segundo grupo recebeu a instrução via livro (com esquemas gráficos também) e o terceiro grupo em sala de aula com demonstração ao vivo da montagem.
A observação final foi que comparados os 3 grupos, simplesmente não havia diferença significativa do aprendizado, ou seja, o mesmo poderia ser tão bem aprendido tanto à distância, de maneira autodidata ou em sala de aula.
Depois desta muitas outras avaliações, pesquisas e experiências foram feitas avaliando os diferentes meios. Um estudo de 2011 da Babson University sobre a percepção dos alunos sobre as diferenças do e-learning e a sala tradicional, evidenciou que não há uma preferência, sendo que a grande maioria considera os métodos equivalentes.
As diferenças se apresentam quase que exclusivamente em 3 pontos, conforme diversos estudos, inclusive o de Clark de 2001:
Interação Social – neste item a sala de aula é imbatível! Mesmo com chats, fóruns e webinars, a sala de aula se mostra superior neste quesito.
Flexibilidade – aqui o ensino à distância ou e-learning dá um banho. Flexibilidade não só em termos de horário e acesso, mas principalmente no ritmo individual de aprendizado, permitindo ao aluno ficar o tempo necessário em cada etapa do conteúdo e não a seguir o ritmo de um grupo ou do professor.
Simulações – normalmente disponíveis em cursos à distância tendem a ser um diferencial importante. Dependendo do conteúdo, experiências e simulações também podem acontecer em sala de aula.
Mas é um estudo do The Research Institute of America que traz uma grande reflexão, embora todos os estudos mostrem pouca ou nenhuma diferença no aprendizado, a retenção desse conhecimento sofre grande influência do meio utilizado. Enquanto que a retenção de um conhecimento adquirido em sala de aula e não utilizado mais, se perde em média em 90 dias para 80% das pessoas, se o mesmo foi adquirido por e-learning após os mesmos 90 dias, ele se perde para apenas 40% dos alunos. Esse é um ganho considerável e que está relacionado ao foco e atenção que a flexibilidade do meio proporciona.
Como estuda no momento que deseja e no ritmo que deseja, o aluno online está mais predisposto e focado para aprendizado do que a média dos alunos de uma sala de aula tradicional.
Em um mundo aonde os smartphones são cada vez mais presentes (cerca de 80% da população americana tem um e no Brasil o número já ultrapassou os 60% da população), pensar em educação à distância como um bom meio para o aprendizado parece ser bastante razoável.
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